Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A TEORIA DE MARX, A CRISE E A ABOLIÇÃO DO CAPITALISMO

Robert Kurz A TEORIA DE MARX, A CRISE E A ABOLIÇÃO DO CAPITALISMO Perguntas e respostas sobre a situação histórica da crítica social radical Nota: A entrevista que se segue constitui a introdução a uma colectânea de análises e ensaios do autor a publicar em França. O que torna esta crise diferente das anteriores? O capitalismo não é o eterno retorno cíclico do mesmo, mas um processo histórico dinâmico. Cada grande crise se encontra num nível de acumulação e de produtividade superior aos do passado. Portanto, a questão da dominação ou não dominação da crise coloca-se de forma sempre nova. Os mecanismos anteriores de solução perderam a validade. As crises do século XIX foram superadas porque o capitalismo ainda não tinha coberto toda a reprodução social. Havia ainda um espaço interno de desenvolvimento industrial. A crise económica mundial dos anos de 1930 foi uma ruptura estrutural num nível muito mais elevado de industrialização. Ela foi dominada através de novas indús

Platão matemático e Euclides e a curva de Gauss

Platão (427-347 a.C.) foi um filósofo entusiasta da matemática a qual via como uma ciência que independe da experiência. Já Euclides de Alexandria (c. 300 a.C.), na obra Os elementos o uso exclusivo da régua e do compasso nas construções geométricas é uma constante. Os polígonos regulares construídos por Euclides destacam-se pela beleza e utilidade (triângulo, quadrado, pentágono, hexágono, decágono e pentadecágono). O pentágono regular é muito provavelmente uma herança da matemática pitagórica. Euclides - o boa luz - (figura ao lado) é sempre referido como o Pai da geometria. Karl Friedrich Gauss (1777-1855) conseguiu demonstrar que o heptadecágono regular (17 lados) pode ser construído com régua e compasso apenas..... Mais tarde ele descobriu uma regra geral pela qual se determina se um polígono regular pode ou não ser construído com régua e compasso. Foi uma menino prodígio....

As práticas de leitura enquanto práticas sociais

David Barton Em todas as colectividades, os modelos comuns libertam-se das actividades da leitura e da escrita. É preciso ver estas práticas como elementos das práticas sociais. As pessoas agem por uma razão qualquer; elas perseguem os seus objectivos. A leitura e a escrita servem outros fins. Normalmente, as pessoas não lêem por ler e não escrevem por escrever, lêem e escrevem para fazer outra coisa, para atingirem outros fins. As pessoas querem saber a que horas parte um comboio ou como funciona um novo relógio ou um magnetoscópio; querem manter o contacto com um amigo; querem fazer-se entender. Têm que pagar as facturas, saber cozer um bolo de aniversário. Ler e escrever podem fazer parte destas actividades sociais. Elas integram-se de diferentes maneiras_ Podem fazer parte da actividade ou ter uma relação mais complexa. Le_ escrever são muitas vezes uma opção entre outras para atingir um dado fim de comunicação; para saber a que horas parte um comboio, pode escolher-se entre

Do poder da palavra

DO PODER DA PALAVRA ADÉLIA BEZERRA DE MENESES Em "As 1001 Noites", Sheherazade vence a morte e o poder, propiciando a cura através de um discurso vivo, corpóreo “As 1001 Noites" em geral nos chegaram através de antologias infantis. Conhececemos as Histórias: "Sindbád, O Marujo", "Aladim e a Lâmpada Maravilhosa¬”, "O Pescador e o Gênio” etc. Mas tais antolo¬gias acabam por privar o leitor do plano geral da obra - a estrutura de encaixe dos contos, embutido uns dentro de outros- e, sobretudo, da poderosa figura da Shehera¬zade, que vence a morte através da Literatura. Tra¬ta-se da maior apologia da Palavra, de que se tem conhecimento. E analisar o papel da contadeira de histórias significará abordar o problema das relações da mulher com a Literatura, da mulher com a Palavra, da mulher com o símbolo e com o corpo. Sheherazade é personagem da narrativa que inicia e termina "As 1001 Noites", servindo-lhes de moldura; é a partir dela que s

O batismo do mundo segundo Wittgenstein

Folha de São Paulo - Domingo, 26 de fevereiro de 1995 - p. 6 - 9 O batismo do mundo segundo Wittgenstein JOÃO VERGÍLIO G. CUTER Especial para a Folha "Palavras designam objetos; sentenças são designações concatenas": esse é o mote que dá início àquela que é talvez, a mais influente obra de filosofia de nosso século as "Investigações Filosó¬ficas" de Ludwig Wittgenstein (1899-1951), recentemente lança¬das pela editora Vozes numa nova tradução de Marcos G. Montagnoli, com revisão técnica e prefácio de Emmanuel Carneiro Leão. Difícil imaginar mote mais singelo. Mais difícil ainda, talvez, seja acreditar que alguma coisa importante possa ser pensada a partir dele. A maioria das pessoas, diante da frase, tenderia a pensar algo mais ou menos assim: "Muito bem, tudo isto parece óbvio. Sentenças são compostas de palavras e palavras designam coisas do mun¬do - mesas, cadeiras e tudo mais. E daí?". Como é possível que alguém tenha exercido tanta influ

XXII Semana Filosófica da PUC-Campinas aprofunda estudos sobre a filosofia moderna

O evento vai de 31 de agosto a 4 de setembro com abordagem sobre grandes filósofos alemães. No próximo dia 31, ocorre a abertura da vigésima segunda edição da Semana Filosófica organizada pela Faculdade de Filosofia da PUC-Campinas. O evento consiste numa série de palestras e debates em torno do idealismo alemão, analisando a obra de pensadores como Immanuel Kant e George Hegel, entre outros. "Esses filósofos constituem o foco central da filosofia moderna que, por sua vez, será o eixo central da nossa Semana", explicou o diretor da Faculdade de Filosofia, padre José Antonio Trasferetti. Immanuel Kant, um dos pensadores estudados, é o autor de Crítica da Razão Pura, obra que explica por que a razão é impotente para conhecer as coisas profundamente. Por sua vez, George Wilhelm Friedric Hegel, outro filósofo que será tema nos encontros, tem como base de todo o seu trabalho a fé fundamentada religiosamente na razão. Os encontros estão marcados para todas as n