SEJA LÚCIDO EM MEIO A TANTA LOUCURA
NA MANEIRA DE SE LIDAR COM O PORTADOR DE TRANSTORNO MENTAL.
O transtorno mental pode acarretar prejuízos na vida social, familiar e profissional do portador. Durante as crises podem ocorrer frequentes dificuldades de atenção e memória em suas
atividades, ocasionando uma diminuição do desempenho de tarefas cotidianas,
inclusive profissionais. Estes sintomas podem desaparecer quando adequadamente
tratados. É de fundamental importância que se entenda que o transtorno mental pode
ser tratado e que o portador não é apenas as suas crises. Bem medicados,
recebendo cuidados adequados (sendo respeitados e sentindo-se aceitos) podem
ficar tranquilos e serem produtivos.
Hoje, após vários estudos e experiências podemos constatar que é
ineficiente observar e tratar o transtorno mental simplesmente de uma ótica
médica, que necessite puramente de uma mera intervenção clínica, medicamentosa.
O portador de sofrimento mental é um ser humano e como tal deve ser tratado com
uma abordagem holística (o homem é um todo indivisível e não pode ser explicado
pelos seus distintos componentes – físico, psicológico ou psíquico -
considerados separadamente) levando-se em consideração as suas características
clínicas sim, mas considerando também o seu lado emocional e social, como de
todo ser humano. Todos temos conhecimento que o transtorno mental ao longo de
todos estes anos foi envolvido em mitos, superstições, explicações
sobrenaturais que acarretaram comportamentos de medo e de preconceito na maneira
de lidar com o portador. A conduta que sempre predominou a respeito desta questão, foi de quase total silencio, como se tentando negar a sua existência. Interessante constatar
também, que do ponto de vista científico, as teorias a respeito do transtorno
mental, na imensa maioria designam características ao portador, que o coloca
completamente impotente e submisso diante do (des) tratamento que muitas vezes
lhe é direcionado: Se ele reclama, pode ser diagnosticado como sintoma
paranoico. Se ele se submete, aí então é concordância passiva. Se está feliz, é
euforia patológica, mania, mas se ao contrário, está triste, então é depressão.
Ou seja, uma vez “rotulado”, qualquer reação, ou mesmo não reação dele, é
considerada patológica. Resumindo, após ter recebido o diagnóstico, ele passa a
ser visto e tratado como uma série de sintomas, e devido a isso, passa muitas
vezes, simplesmente a não ter razão, indiferentemente do que possa lhe
acontecer. Qualquer comportamento dele é passível de ser enquadrado como sintoma.
Interessante observar também, que em qualquer um desses casos, existem
medicamentos e tratamentos específicos para “resolverem”, mas não existe um
tratamento específico para estes “especialistas” que diante dele, não conseguem
o enxergar como uma pessoa que às vezes pode estar feliz ou irritado de uma
maneira saudável, ou ainda acreditar que o motivo da sua reclamação ou da sua
alegria é real e procede. Talvez justamente pelo pouco que se sabe
cientificamente a respeito deste assunto, optou-se por criarem mitos e
fantasias a respeito do portador, colocando-o assim, como um ser vítima de
preconceitos e discriminação. Aliás, esta é uma conduta comum em todo ser
humano: diante do que ele não entende, corriqueiramente encobre de fantasias e
lida de maneira preconceituosa. No que diz respeito ao portador de sofrimento
mental, esta conduta só não é mais gritante, porque arrumaram uma forma de
escondê-los, enclausurando o portador, e assim, “livrando” a sociedade de
conviver e presenciar os seus comportamentos considerados “anormais”. Pela
própria maneira com que se tratou durante anos a questão do transtorno mental,
este é um assunto bastante obscuro e desconhecido para a imensa maioria das
pessoas. Isto ficava bem claro para mim, quando, por exemplo, alguns estudantes
de psicologia iam estagiar no hospital e, diante de conversas comigo, relatavam
temores e apreensão perante o contato com os internos, ou ainda quando pessoas
me perguntavam se lá dentro os internos ficavam enjaulados!!!!! O transtorno
mental se enquadra naqueles assuntos em que as pessoas preferem tratar de
maneira velada e o portador é visto com ressalvas. Devido a esta falta de
esclarecimento, muitas vezes o que podemos constatar é que quando alguém é
diagnosticado como “doente mental”, passa automaticamente a ser visto apenas
como as suas crises, ou seja, o ser humano passa a não existir, dando lugar aos
comportamentos “esquisitos” e desencadeadores de preocupação e apreensão por
parte de todas as pessoas que lidam com ele. Muitas vezes, tratam o portador
como incapacitado, e nesses casos, o que prevalece, são as atitudes de
compaixão e de menosprezo por suas capacidades e potencialidades. Inúmeras
vezes, as pessoas, incluindo aí os familiares e muitos profissionais que
trabalham na área de saúde mental lidam com ele, como se fosse criança,
direcionando-lhe frases infantis e entonação de voz como se estivessem falando
com uma criança. Outras vezes, diante deles, apresentam-se constantemente
temerosos e apreensivos, mesmo quando não estão em crise. É comum não serem
levados a sério e nem terem crédito no que dizem. Na maioria das vezes, uma vez
diagnosticado, mesmo após uma situação de vida isolada, o rótulo se torna
permanente, e a maneira de lidar com ele passa a ser desconfiada, temerosa e
cuidadosa. Caso seja internado em um hospital psiquiátrico, aí então é que se
configura realmente o preconceito e a discriminação, principalmente porque
constatamos que na maioria das vezes, não se promove a saúde mental, mas sim se
alimenta o adoecimento mental.
Se relacione com ele de maneira
simples e direta, pois não existe nada de sobrenatural no transtorno mental, e
muito menos na forma de se relacionar com o portador. Eles merecem ser
respeitados, queridos e aceitos assim como eu e você merecemos.
NA MANEIRA DE SE LIDAR COM O PORTADOR DE TRANSTORNO MENTAL.
O transtorno mental pode acarretar prejuízos na vida social, familiar e profissional do portador. Durante as crises podem ocorrer frequentes dificuldades de atenção e memória em suas
atividades, ocasionando uma diminuição do desempenho de tarefas cotidianas,
inclusive profissionais. Estes sintomas podem desaparecer quando adequadamente
tratados. É de fundamental importância que se entenda que o transtorno mental pode
ser tratado e que o portador não é apenas as suas crises. Bem medicados,
recebendo cuidados adequados (sendo respeitados e sentindo-se aceitos) podem
ficar tranquilos e serem produtivos.
Hoje, após vários estudos e experiências podemos constatar que é
ineficiente observar e tratar o transtorno mental simplesmente de uma ótica
médica, que necessite puramente de uma mera intervenção clínica, medicamentosa.
O portador de sofrimento mental é um ser humano e como tal deve ser tratado com
uma abordagem holística (o homem é um todo indivisível e não pode ser explicado
pelos seus distintos componentes – físico, psicológico ou psíquico -
considerados separadamente) levando-se em consideração as suas características
clínicas sim, mas considerando também o seu lado emocional e social, como de
todo ser humano. Todos temos conhecimento que o transtorno mental ao longo de
todos estes anos foi envolvido em mitos, superstições, explicações
sobrenaturais que acarretaram comportamentos de medo e de preconceito na maneira
de lidar com o portador. A conduta que sempre predominou a respeito desta questão, foi de quase total silencio, como se tentando negar a sua existência. Interessante constatar
também, que do ponto de vista científico, as teorias a respeito do transtorno
mental, na imensa maioria designam características ao portador, que o coloca
completamente impotente e submisso diante do (des) tratamento que muitas vezes
lhe é direcionado: Se ele reclama, pode ser diagnosticado como sintoma
paranoico. Se ele se submete, aí então é concordância passiva. Se está feliz, é
euforia patológica, mania, mas se ao contrário, está triste, então é depressão.
Ou seja, uma vez “rotulado”, qualquer reação, ou mesmo não reação dele, é
considerada patológica. Resumindo, após ter recebido o diagnóstico, ele passa a
ser visto e tratado como uma série de sintomas, e devido a isso, passa muitas
vezes, simplesmente a não ter razão, indiferentemente do que possa lhe
acontecer. Qualquer comportamento dele é passível de ser enquadrado como sintoma.
Interessante observar também, que em qualquer um desses casos, existem
medicamentos e tratamentos específicos para “resolverem”, mas não existe um
tratamento específico para estes “especialistas” que diante dele, não conseguem
o enxergar como uma pessoa que às vezes pode estar feliz ou irritado de uma
maneira saudável, ou ainda acreditar que o motivo da sua reclamação ou da sua
alegria é real e procede. Talvez justamente pelo pouco que se sabe
cientificamente a respeito deste assunto, optou-se por criarem mitos e
fantasias a respeito do portador, colocando-o assim, como um ser vítima de
preconceitos e discriminação. Aliás, esta é uma conduta comum em todo ser
humano: diante do que ele não entende, corriqueiramente encobre de fantasias e
lida de maneira preconceituosa. No que diz respeito ao portador de sofrimento
mental, esta conduta só não é mais gritante, porque arrumaram uma forma de
escondê-los, enclausurando o portador, e assim, “livrando” a sociedade de
conviver e presenciar os seus comportamentos considerados “anormais”. Pela
própria maneira com que se tratou durante anos a questão do transtorno mental,
este é um assunto bastante obscuro e desconhecido para a imensa maioria das
pessoas. Isto ficava bem claro para mim, quando, por exemplo, alguns estudantes
de psicologia iam estagiar no hospital e, diante de conversas comigo, relatavam
temores e apreensão perante o contato com os internos, ou ainda quando pessoas
me perguntavam se lá dentro os internos ficavam enjaulados!!!!! O transtorno
mental se enquadra naqueles assuntos em que as pessoas preferem tratar de
maneira velada e o portador é visto com ressalvas. Devido a esta falta de
esclarecimento, muitas vezes o que podemos constatar é que quando alguém é
diagnosticado como “doente mental”, passa automaticamente a ser visto apenas
como as suas crises, ou seja, o ser humano passa a não existir, dando lugar aos
comportamentos “esquisitos” e desencadeadores de preocupação e apreensão por
parte de todas as pessoas que lidam com ele. Muitas vezes, tratam o portador
como incapacitado, e nesses casos, o que prevalece, são as atitudes de
compaixão e de menosprezo por suas capacidades e potencialidades. Inúmeras
vezes, as pessoas, incluindo aí os familiares e muitos profissionais que
trabalham na área de saúde mental lidam com ele, como se fosse criança,
direcionando-lhe frases infantis e entonação de voz como se estivessem falando
com uma criança. Outras vezes, diante deles, apresentam-se constantemente
temerosos e apreensivos, mesmo quando não estão em crise. É comum não serem
levados a sério e nem terem crédito no que dizem. Na maioria das vezes, uma vez
diagnosticado, mesmo após uma situação de vida isolada, o rótulo se torna
permanente, e a maneira de lidar com ele passa a ser desconfiada, temerosa e
cuidadosa. Caso seja internado em um hospital psiquiátrico, aí então é que se
configura realmente o preconceito e a discriminação, principalmente porque
constatamos que na maioria das vezes, não se promove a saúde mental, mas sim se
alimenta o adoecimento mental.
Se relacione com ele de maneira
simples e direta, pois não existe nada de sobrenatural no transtorno mental, e
muito menos na forma de se relacionar com o portador. Eles merecem ser
respeitados, queridos e aceitos assim como eu e você merecemos.
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