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Do poder da palavra

DO PODER DA PALAVRA ADÉLIA BEZERRA DE MENESES Em "As 1001 Noites", Sheherazade vence a morte e o poder, propiciando a cura através de um discurso vivo, corpóreo “As 1001 Noites" em geral nos chegaram através de antologias infantis. Conhececemos as Histórias: "Sindbád, O Marujo", "Aladim e a Lâmpada Maravilhosa¬”, "O Pescador e o Gênio” etc. Mas tais antolo¬gias acabam por privar o leitor do plano geral da obra - a estrutura de encaixe dos contos, embutido uns dentro de outros- e, sobretudo, da poderosa figura da Shehera¬zade, que vence a morte através da Literatura. Tra¬ta-se da maior apologia da Palavra, de que se tem conhecimento. E analisar o papel da contadeira de histórias significará abordar o problema das relações da mulher com a Literatura, da mulher com a Palavra, da mulher com o símbolo e com o corpo. Sheherazade é personagem da narrativa que inicia e termina "As 1001 Noites", servindo-lhes de moldura; é a partir dela que s

O batismo do mundo segundo Wittgenstein

Folha de São Paulo - Domingo, 26 de fevereiro de 1995 - p. 6 - 9 O batismo do mundo segundo Wittgenstein JOÃO VERGÍLIO G. CUTER Especial para a Folha "Palavras designam objetos; sentenças são designações concatenas": esse é o mote que dá início àquela que é talvez, a mais influente obra de filosofia de nosso século as "Investigações Filosó¬ficas" de Ludwig Wittgenstein (1899-1951), recentemente lança¬das pela editora Vozes numa nova tradução de Marcos G. Montagnoli, com revisão técnica e prefácio de Emmanuel Carneiro Leão. Difícil imaginar mote mais singelo. Mais difícil ainda, talvez, seja acreditar que alguma coisa importante possa ser pensada a partir dele. A maioria das pessoas, diante da frase, tenderia a pensar algo mais ou menos assim: "Muito bem, tudo isto parece óbvio. Sentenças são compostas de palavras e palavras designam coisas do mun¬do - mesas, cadeiras e tudo mais. E daí?". Como é possível que alguém tenha exercido tanta influ

XXII Semana Filosófica da PUC-Campinas aprofunda estudos sobre a filosofia moderna

O evento vai de 31 de agosto a 4 de setembro com abordagem sobre grandes filósofos alemães. No próximo dia 31, ocorre a abertura da vigésima segunda edição da Semana Filosófica organizada pela Faculdade de Filosofia da PUC-Campinas. O evento consiste numa série de palestras e debates em torno do idealismo alemão, analisando a obra de pensadores como Immanuel Kant e George Hegel, entre outros. "Esses filósofos constituem o foco central da filosofia moderna que, por sua vez, será o eixo central da nossa Semana", explicou o diretor da Faculdade de Filosofia, padre José Antonio Trasferetti. Immanuel Kant, um dos pensadores estudados, é o autor de Crítica da Razão Pura, obra que explica por que a razão é impotente para conhecer as coisas profundamente. Por sua vez, George Wilhelm Friedric Hegel, outro filósofo que será tema nos encontros, tem como base de todo o seu trabalho a fé fundamentada religiosamente na razão. Os encontros estão marcados para todas as n

Filosofia da PUC-SP abre inscrições para quem já tem curso superior

  Graduação, que completou 100 anos em 2008, tem vagas para transferência e para profissionais que já possuam diploma de curso superior O curso de Filosofia da PUC-SP está com inscrições abertas até sexta-feira (20/2) para selecionar novos alunos que queiram transferência ou já tenham diploma de curso superior. Em 2008, a graduação em Filosofia da PUC-SP comemorou 100 anos: é o primeiro curso superior da área no Brasil. Foi fundado em 1908 na antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento, que em 1946 se juntou à Faculdade Paulista de Direito para fundar a PUC-SP. Como exercício crítico e reflexivo, a Filosofia estuda questões relacionadas com diferentes áreas de atividade humana, como a ética, a política, a estética ou o conhecimento. Na PUC-SP, a graduação desenvolve nos alunos a capacidade de análise e o rigor na leitura dos textos filosóficos, estimulando-os a empregar tal habilidade tanto na compreensão das ideias dos diversos pensadores quanto na articulação de sua

Download gratuito de "O Capital de Karl Marx" por Paul Lafargue

A Conrad disponibiliza para download gratuito de "O Capital de Karl Marx" de Paul Lafargue. Para baixar a obra completa, clique abaixo no link: http://www.lojaconrad.com.br/produto.asp?id=210 Este livro sintetiza os fundamentos da economia política e facilita o entendimento do leitor brasileiro ao pensamento de Karl Marx. O que é o livro? O Capital - Extratos por Paul Lafargue é a compilação essencial da elaboração científica de Marx sobre o funcionamento do capitalismo, suas crises cíclicas, destrinchando seu interior num rigoroso estudo que revolucionou o pensamento social e econômico humano. O texto, supervisionado por Engels, é uma seleção das partes fundamentais da edição integral da monumental obra de Marx. A origem desses extratos organizados por Paul Lafargue está na necessidade da difusão da teoria de Karl Marx ao movimento operário francês do final do século XX. O Autor Esta edição foi publicada originalmente em 1893, organizada pelo médico e socialista francês Paul

Rodas de Conversa discutem filosofia e preocupações do linguista russo Mikhail Bakhtin em novembro

Temas de discussão envolvem desde ideologia, até carnavalização, mídia, educação e marxismo. Inscrições podem ser feitas de 8 a 10 de setembro O Grupo de Estudos dos Gêneros do Discurso (GEGe), que reúne professores e alunos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), abre inscrições, de 8 a 10 de setembro, para os interessados em participar do ?Círculo Rodas de Conversa Bakhtiniana 2008?. O valor é de R$ 50,00 e as vagas são limitadas. O evento acontece de 7 a 9 de novembro na UFSCar, em São Carlos. A proposta do Círculo é discutir temas, a filosofia e preocupações do lingüista russo Mikhail Bakhtin, e mostrar como alguns desses aspectos contribuem para pensar questões da atualidade. O Círculo irá se desenvolver em 15 rodas de conversa bakhtiniana. Cada participante (em um total de 40 em cada roda) terá três minutos para produzir uma pequena fala sobre um tema bakhtiniano. A cada 20 falas, um professor convidado produzirá uma síntes
Domingo 20 de novembro de 1994 mais! Folha de São Paulo 6-4 Letras e Luzes de Voltaire Amanhã faz 300 anos que o filósofo, dramaturgo, poeta e romancista François Marie Arouet nasceu em Paris RICARDO MUSSE Especial para a Folha À luz da situação atual da divisão intelectual do trabalho, a obra de Voltaire, em seu conjunto, soa anacrônica, confusa e até mesmo incompreensível. Admitimos o in­teresse por todos os assuntos da cultura humana em gênios de uma outra época, como Da Vinci. Mas por que Voltaire, cujas opiniões são tão próximas às nossas e tão de acordo com a realidade do mundo industrial, não se concentrou em especialidades determinadas? Essa questão nem sempre é pos­ta assim tão brutalmente. Aliás, na maioria das vezes, sequer é expli­citada. Mas, nem por isso deixa de ser tematizada. Para uns, a trajetó­ria de Voltaire resulta de um equívoco. Ele quis, inicialmente, ser o sucessor de Racine- logo, um continuador do classicismo poéti­co- visando, num arrivismo típi­